quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Feira Música Brasil começa em meio a polêmica entre grandes e pequenos

Cinco maiores gravadoras do país não vão participar do evento recifense

THIAGO NEY (Folha de São Paulo)
DA REPORTAGEM LOCAL

A Feira Música Brasil tem início hoje em Recife com a intenção de tornar-se o principal evento relacionado ao mercado fonográfico brasileiro. Já em sua primeira edição, a iniciativa acontece em meio a polêmica.

A feira é organizada pela Associação Brasileira de Música Independente (ABMI), pelo Ministério da Cultura e pelo BNDES. A idéia era agrupar todos os envolvidos na indústria, mas tem gente grande que ficará de fora. As cinco maiores gravadoras do país (as multinacionais Sony BMG, Universal, EMI e Warner, além da Som Livre) não estarão em Recife entre hoje e domingo.

"Elas [grandes gravadoras] foram convidadas", afirma Carlos de Andrade, presidente da ABMI. "Nos reunimos com presidentes das multinacionais, até insistimos na participação deles. Mas eles não acreditam na feira. Têm a postura "Quem faz a indústria sou eu. Vocês estão brincando de discos. Não converso com garotos". Essa é a atitude deles."

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Discos (ABPD), Paulo Rosa, diz que ficou sabendo da existência da feira "por reportagens de jornais". "E depois recebemos um convite do MinC que chegou em cima da hora, no dia 2 de fevereiro. Além disso, não participamos em momento algum da concepção desse evento. Mas não houve recusa da nossa parte. Ainda nem respondi ao convite. Vou responder agradecendo, mas tenho outros compromissos."

Polêmicas à parte, a FMB foi inspirada no Midem, grande feira fonográfica que acontece anualmente na França. "Um dos objetivos é consolidar a indústria brasileira. Mostrar que é um universo repleto de participantes, que não se resume apenas às cinco grandes gravadoras do país", diz Andrade.

O evento será dividido em quatro módulos: 1) destinado a encontros de profissionais ligados à indústria, com participação do Sebrae e BNDES; 2) venda de produtos e equipamentos profissionais; 3) Porto Musical, com conferências e debates; 4) shows de artistas como Osvaldinho da Cuíca, Deize Tigrona, Otto, entre outros.
Como meta, a ABMI cita os números da participação de empresas brasileiras no Midem de 2006: US$ 1,5 milhão referentes a negócios, licenças fonográficas e venda de produtos.

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